quarta-feira, 28 de maio de 2008

arqueologias/1994

Sou meu mestre
Meu discípulo

Um tudo sabendo
Outro desobedecendo

Um sentenciando:
A vida no escuro é um pulo

O outro
Pulando

(poeminha publicado na finada revista "Cão", do mestre Joca Reiners Terron, de quem, verdadeiramente, sou discípulo)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

manifesto literário 2

A comida diz muito sobre quem a prepara. Algo inconsciente, eu arriscaria, sem medo de parecer clichê, afinal, não sou um escritor _um aspirante a cozinheiro, talvez. Lógico, como tudo no mundo dos símbolos e das artes, isso ocorre de maneira sutil. Um prato, um conto, uma poesia, são mensagens enviesadas, de remetente conhecido e destinatário incerto. Para os que têm a bênção de poder decifrar este intrincado alfabeto, o que fica ao final do processo é uma verdade literalmente improvável, porém superior, quase metafísica, como a fé.
Uma modesta farofa de banana, companheira perfeita de astros da boa mesa, do badejo ao molho de camarão rosa, do picadinho ao pintado na brasa, não pode ser prova cabal como as cartas escritas por Luísa em “O Primo Basílio”. A combinação da fruta com o pó da mandioca jamais terá efeito de batom na cueca, torpedo telefônico ou correspondência extraviada, desastres que exigem muita conversa, baldes de lágrimas e um buquê de flores para serem resolvidos, mas que o bom Jorge (neste caso, o marido de Luísa) é capaz de perdoar, dando o assunto por encerrado, a página por virada.
Uma comida, um texto, um quadro, martelam, fingem que vão embora da nossa cabeça, das nossas papilas gustativas e, quando a gente menos espera, reaparecem do sobrenatural para encaixar mais uma peça do eterno quebra-cabeça dos signos, processo que os estudiosos chamam pernosticamente de significação. Era nisso que eu pensava enquanto olhava os pedaços do animal espalhados sobre minha mesa _tampo de vidro duplo temperado, 2mx90cm, base de mogno legítimo_ naquela noite em que o investigador Nelson me deu a honra de aparecer para o jantar, conforme meu convite da semana anterior.
Desde o início do inquérito, eu me esforçava para colaborar com a polícia e acabei criando com o tira, glutão e cozinheiro diletante, homem discreto e metódico (por que não dizer? um obsessivo também), certa proximidade. Entre as poucas coisas que sabia a seu respeito estava o fato de ele ser muito suscetível ao álcool. Por isso, assim que levantei a garrafa de sauvignon blanc, ele tampou uma das três taças (a correta, registre-se) com a mão direita.
_Não repare, vou ficar na água.
_Por mim, tudo bem, só acho uma pena esta entrada de cogumelos selecionados, cobertos com molho de champanhe e creme-de-leite fresco, passar tão mal acompanhada.
_Reservo minha cota de álcool para o prato principal_, respondeu Nelson elegantemente.
Acordo selado, não perdi a chance de entretê-lo com temas que me apetecem e que passam ao largo do mundo policial, incluído neste caso o subgênero literário. Falei sobre minha tese da linguagem culinária, do curso de semiótica gastronômica que pretendo criar e da necessidade de concisão nos enredos da cozinha contemporânea. Pedi que pensasse no assunto como uma nova abordagem da epopéia humana na Terra:
_É na comida, nas mesas, não nas folhas, que se escreve a verdadeira história dos povos_, eu disse.
Nelson ouviu tudo impávido, quero dizer, entre uma garfada e outra. Até eu disparar:
_Eu sei o que te traz aqui.
_A comida e o seu convite.
_Também, digamos. Mas sei que você ainda não está convencido, como está o delegado, de que não tenho ligação com o sumiço do crítico gastronômico...
_...e na impossibilidade de conseguir um mandato de busca vim vasculhar sua casa com a desculpa de aprender sobre arte e culinária_, atalhou Nelson.
_Vamos lá, fique à vontade, revire os armários, esvazie as gavetas e, se tiver coragem, as garrafas!_, respondi, erguendo um brinde.
O investigador deu um risinho diante de meu pocket show, mania que carrego dos tempos de menino: pilhado em situação desfavorável ou contrariado em meus objetivos, reverto o placar com uma mistura de ironia, espetáculo e certa agressividade, estratégia que minha mãe condensou na palavra “fusquinha”. Confesso que o expediente tem funcionado bem, apesar de o doutor Lorran dizer que isso é um recurso clássico, porém vazio, dos obsessivos.
O tira, no entanto, era um cara duro. Fez um elogio à qualidade do tempero e só voltou à história do crime, ainda assim, de maneira enviesada, na sobremesa:
_Seu amigo Jorge também tinha teses interessantes. Você parece ter aprendido com ele. Foi a convivência intensa?
Era verdade. Antes de desaparecer, Jorge, o crítico, estava trabalhando em um troço chamado teoria do hipopótamo. De maneira simplificada, era algo mais ou menos assim:
imagine o imenso animal chafurdando em um rio;
a parte que está à mostra, no caso, pedaços do dorso e da cabeça, é o prato que se apresenta sobre a mesa, é a história em primeiro plano que o chef quer contar;
o melhor, no entanto, está escondido, submerso, imenso, atolado em aromas, sabores e narrativas que só a memória consegue desvendar.
_Há peças que não se encaixam..._prosseguiu ele.
_No meu jantar?
_Não, o banquete estava perfeito. No inquérito que o delegado está montando para livrar a sua cara. Um sujeito no auge de uma carreira de sucesso, apesar dos muitos desafetos, não desaparece assim, sem mais nem menos. A única pessoa que convivia diariamente com ele nos últimos meses era você. O fato de não haver um corpo ou uma motivação não lhe tira da condição de principal suspeito.
_Nesse caso, continue fazendo a sua obrigação, investigue_, disse eu, novamente apostando na minha tática do “fusquinha”. E fui adiante:
_Mas não esqueça, obsessivos como você e eu são escravos da angústia quando se metem em alguma busca. Talvez você utilizasse melhor seu tempo se dedicando à arte_, completei, ao despachá-lo no elevador.
Três dias depois, Nelson me respondeu, via e-mail:

“Caro,
conforme você me sugeriu em nosso último contato, tenho procurado deixar de lado as angústias de sempre para refletir com mais clareza sobre a tal linguagem artística. Hoje mesmo, enquanto almoçava aqui ao lado do DP, indagava a respeito de uma suposta sublinguagem culinária, tão em voga ultimamente. Não fosse a fome, juro, nem teria desmanchado aquela combinação de signos, digo, de alimentos, tão perfeita: o feijão marrom, o branquíssimo arroz, duas verdes folhas de alface, ornamentadas com rubras rodelas de tomate e anéis roxos de cebola. E isso servia apenas como acompanhamento aos pequenos pedaços de carne alaranjados, forrados pelo louro e banhados pelas gostas rosas de pimenta. Em cima de tudo, um reluzente ovo estalado. Iuminado pelos raios de sol refletidos na garrafa verde de tubaína, a composição era uma perfeita obra, fiquei com dó de destruí-la, juro.
Mas, por sorte, me lembrei de suas orientações e, veja, percebi que o amigo se contradiz. A arte é algo que se encerra em si, você me ensinou. Já o prato estava ali para ser devorado, tinha a função de matar minha fome. Então, avancei sobre ele amassando, misturando, rasgando. Acho que finalmente aprendi: arte, de verdade, não enche barriga, não é isso? Bendita seja a coisa desprovida de conceito.
Sem mais para o momento,
saudações cordiais
ps1: você tem mesmo um jogo de facas muito bom, além de uma excelente técnica; nunca comi um animal tão bem cortado nas juntas, você é um mestre.
ps2: imagino que você deve se sair muito bem quando o assunto é picadinho.

É como eu disse: no limite, a comida que você prepara é capaz até de denunciá-lo, em um ato de perfeita traição. Eu havia errado (ou não, dr. Freud?) na escolha do prato principal, o leitão esquartejado. Mas é como diria o próprio Jorge na tese do hipopótamo: a história secreta dos pratos se constrói com o não-dito, queira o cozinheiro ou não. O Nelson sabia ler um prato.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

quinta-feira, 15 de maio de 2008

losing game


No avião rumo à Las Vegas, ela lê Theckov;
mulher, na casa dos 30, vai ao cassino, perde tudo no jogo, encontra o amor da sua vida e se mata ao chegar ao hotel, anota na moleskine.

Pede um uísque à comissária, mas descobre que a companhia não serve bebidas alcoólicas no café-da-manhã, além do mais, os procedimentos de pouso vão começar em breve;
sou um adesivo descolado, tento me agarrar a algo novo, mas sei que meu viço ficou para sempre no corpo anterior, escreve.

Meia loira platinada irrompe pelo teto solar de uma limusine, o vento deforma seus peitos siliconados que estão à mostra;
mulher, na casa dos 30, vai ao cassino, ganha no jogo, enche a cara de champanhe, faz um strip-tease sobre rodas, transa com um caubói texano e manda o amor de sua vida à merda.

Circula pelo cassino sem coragem de apostar, prefere estacionar no bar, onde finalmente toma um uísque, sob o olhar vigilante do italiano da mesa ao lado;
mulher, 30 e poucos vai a Las Vegas, perde no jogo, encontra o amor da sua vida e vive feliz para sempre cuidando de nove crianças em Nápoles.

De manhã, o homem pede que ela lhe sirva nua o café e fala:
_Tem uma adaptação italiana, dos anos 80, uma série da RAI, da obra do Pirandello, aquela famosa do falecido Mattia Pascal, em que o personagem, na pele do Mastroiani, vai para Mônaco e ganha tudo no jogo, sempre escoltado por uma mulher maravilhosa, interpretada pela Caroline Berg. Bom, ele fica jogando, ganhando e tentando levar ela para a cama, é claro, mas ela resiste, até um belo dia em que diz: “se eu for, você perderá sua sorte”. Ele replica: “Então, eu pago”. No outro dia, após o café-da-manhã, ela está indo embora, e ele se lembra: “Ei, espere, eu tenho de te pagar”, ao que ela responde: “Ah, pois não, é claro”. Então, ele dá um níquel para ela, que ri e comenta: “É impossível enganar a fortuna, eu vim por amor”.

O italiano explica que a Caroline Berg serve o café nua para o Mastroiani e que há muito tempo tinha vontade de imitar aquela cena;
ela veste um roupão e pega US$ 100,00 na carteira dele;
sua nudez é mais bela do que a da atriz, escreve ele na nota.

No interfone, ela manda o serviço de quarto buscar o café intocado e trazer mais champanhe;
mulher, 30 e poucos, aposta US$ 100 na roleta, fica milionária e se muda para as Bahamas.

Triste como jamais esteve e, curiosamente, feliz por isso, ela vai até o business center;
as palavras já não chegam, não posso mais sobreviver de frases-esparadrapos nem de plots fracassados, nada aplaca minha dor, escreve ela em um e-mail que nunca seria enviado.

O maior de todos os cassinos se agita, e a moça, trôpega e sem coragem de apostar, adentra um chafariz, onde dança até ser detida pelos seguranças.
_Nas mesas de cartas, os Mastroianis cafajestes de todo o mundo estão ganhando milhões_, grita ela, antes de ser levada.

Mulher, idade indefinida, vai a Las Vegas, tem muito azar no jogo, volta para casa e encontra o amor da sua vida ajoelhado na porta, arrependido, pedindo a reconciliação, escreve ela, mas depois rabisca o papel com tanta força que chega a rasgá-lo;
com a mistura de lágrimas e tinta, a moça grafa loser nas costas da mão direita;
com a mistura de lágrimas e tinta, a moça grafa fuck nas costas da mão esquerda.

Assim que termina de arrumar as malas e de acertar o despertador do hotel, ela vai até o cassino e aposta US$ 100,00 na roleta, preto, 20;
a perda instantânea é mais acachapante do que uma repentina recusa amorosa, anota.

I don´t know but I´m feeling so sad

segunda-feira, 12 de maio de 2008

memórias sentimentais/cine clube



Eu cursava o primeiro ano do colegial, sofria com as espinhas e usava calças e camisetas OP. Gostava de rock nacional e de ir ao cinema. Não tive dúvidas quando o Mair falou:
_Vai reprisar o “Blade Runner” (que ainda não tínhamos assistido)!
Então, lá pelas 19h30, nós saímos pela rua Lafayette e caminhamos dois quarteirões até o cine clube _não me lembro o nome e acho que ele não existe mais. O filme passara pela cidade havia uns dois anos, no circuitão, mas a minha turma ainda era muito nova quando isso aconteceu. É incrível como em uma determinada fase da vida curtos espaços de tempo fazem uma enorme diferença. Tipo, uma coisa era assistir aos 14, outra aos 16, entende?
É claro que os mais curiosos, como eu, já tinham lido um monte sobre a fita nos jornais ou na “Set”, a revista que eu comprava junto com a “Bizz”. Portanto, sabíamos que o filme era bom e se tornava um cult com o passar dos anos, tanto que estava reestreando em um cine clube. Era imprescindível ver.
Bom, no cinema, não tinha muita gente na platéia não. O grosso era o pessoal de cursinho e terceirão, o que me deixava muito feliz de estar ali, compartilhando com eles o mesmo interesse, o mesmo espaço, coisa que geralmente só acontecia nos mesões da pensão onde almoçávamos arroz, feijão, verdura, salada, bife e batata frita todos os dias, antes de tirar um cochilo, estudar e ir jogar bola na quadra do Marista.
Nas fileiras as meninas se dividiam em dois grupos: as que usavam umas roupas indianas, uns cabelões; outras de jeans de cavalo alto da Fiorucii, moleton da Disney e tênis adidas modelo Roma. Os caras idem nesses dois paradigmas, e me olhavam esquisito por causa das minhas roupas de surfista, mesmo estando a quase 400 km do mar.
Um pouquinho antes da luz se apagar, chegou o pessoal da Medicina, e tinha um deles que me chamava de 68:
_Porra moleque, quando você nasceu os Beatles lançaram um puta disco!_, repetia ele sempre que me encontrava, com cara de chapado.
Aí rodou o filme _que todo mundo conhece. Eu prestava uma atenção devotada, tentava me lembrar das críticas da revista, olhava todos os detalhes e... não conseguia entender a história... quando começou a fazer algum sentido... puf!!! A luz se acendeu abruptamente.
Fomos deixando a sala devagar, em silêncio, meio sem acreditar que tinha acabado, só o Mair teve coragem de comentar:
_Muito bom...
Ele era mais velho e sabia um monte de coisas sobre cinema, música e tal. Então, eu concordei:
_Muito bom...
No saguão do cinema, as rodinhas foram se formando, e a galera iniciou um pequeno debate sobre o filme, um cara chapado chegou a comentar:
_Da primeira vez que eu vi, há dois anos, não tinha sacado que esse filme era tão louco.
Alguém arriscou:
_Narrativa fragmentada.
Acho que era o que me chamava de 68, e eu, logicamente, concordei:
_Fragmentada...
O estranho é que a porta do cinema permaneceu fechada, até o professor de literatura que coordenava o cine clube avisar:
_Pessoal, todos que vieram hoje podem assistir ao filme sem pagar nada amanhã porque o projetista errou a ordem dos rolos! Começou pelo primeiro, pulou para o terceiro...
E assim, junto com Deckard, Roy Batty e Rachael, eu descobri que, por mais que a gente tente entender qual o sentido da aventura, sempre estará refém do projetista.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

ato final

Ela cogita tomar outro banho para se livrar de vez do cheiro daquele hotel, mas fica horas estirada no sofá, entre cochilos e piscadelas para a TV, controle remoto nas mãos.
_Que descuido meu. Molhei você inteiro.
_Tudo bem, o meu martini continua seco. My name is James_, responde o velho Bond, taça na mão, à vilã de biquini.
A mulher se lembra que o agente, contrariando a receita original, substitui o gim pela vodka para preparar a bebida. Em outros tempos, acharia aquilo mais um tópico de cultura inútil adquirido com alguém que passou por sua vida. Mas sorri, com a amostra grátis de uma saudade que ainda cobrará seu preço.
_Quando eu voltar, mesmo que isso aconteça daqui a 30 anos, ainda te amarei. Um dia, estaremos juntos, prometo_, diz o canastrão brasileiro em outro canal.
Zigue-zague, a mulher arrasta a coberta agarrada às costas até a cama. O manto vai ao chão em frente ao oratório barroco onde uma Nossa Senhora Desatadora dos Nós está acompanhada de um hindu em posição de lótus. Ela se atira. Na queda, inicia a contagem regressiva: trinta anos, trinta meses, trinta semanas, trinta dias, trinta minutos, trinta segundos. Tenta se levantar e registrar alguns pensamentos. Novamente lhe faltam forças e ela adormece acreditando que os amores irrealizáveis são eternos e à prova de críticas, como a literatura nunca escrita, as telas nunca pintadas. De qualquer modo, no vôo até Marselha, terá muitas horas para fazer anotações e anexar novas frases à sua coleção. O marido-empresário está a sua espera.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

anatomia comparada

1- Aida está no carro, um modelo esportivo de dois lugares, com Marchiorri. Ele dirige em alta velocidade, e ela sonha com o futuro de glórias que o homem lhe prometera.
Súbito, o motorista adentra uma mecânica e pede, a buzinadas, que verifiquem um certo barulho estranho no motor da máquina. Irritado, Marchiorri sugere a sua acompanhante:
_Você não queria tomar uma bebida? Há um bar aqui ao lado.
_Isso, vamos!_, responde ela.
Mas o rapaz diz que prefere acompanhar de perto o trabalho do mecânico, e a moça, num misto de desolação e expectativa, sai em busca da bebida.
Rapidamente, Marchiorri cancela o serviço alegando um compromisso inesperado. Corre até o porta-malas e retira uma da valises, a mais simples, já um tanto desgastada e maltratada pelas idas e vindas da vida. Em seguida, arranca com a potente máquina.
A valise repousa solitária no chão frio e escuro da oficina.


2-Esse é o início de "A Moça com a Valise" (1961), de Valério Zurlini. O italiano era bom cineasta e foca a câmera no abandono da valise, justamente quando aparecem os créditos iniciais da obra. Se fosse um conto, o filme poderia terminar ali, praticamente sem ter começado. A cena é forte o suficiente para condensar o abandono da moça, a sordidez de Marchiorri, a solidão inerente à condição humana, as injustiças do mundo e as trapaças do amor (tanto que foi parar no título). Enfim, condensa a história secreta que não precisa ser narrada para que se revele ao leitor/expectador.

3-Como se trata de um longa metragem, é claro que as desventuras de Aida irão se estender por mais 90 minutos, com a mesma maestria do início, e a presença de um novo personagem, Lorenzo Fainardi (Jacques Perrin), um adolescente que irá descobrir com a moça o amor (quem não se apaixonaria por Cardinale?), a solidão, as injustiças do mundo, as trapaças da sorte etc...

4-Serve como aula, duas obras em uma que talvez ajudem a explicar a diferença entre conto e romance.