sexta-feira, 28 de novembro de 2008

segue o baile



E atenção, senhoras e senhores, dezembro vem aí, está prestes a adentrar o salão, onde irá anunciar solenemente o final deste ano! Please, Duke, toque Satin Doll para um momento tão aguardado como este! Vejam, lá vem ele, impecável!
_Nem parece aquele mês úmido e cheio de luzinhas de sempre_, comenta uma senhora.
_Isso sem falar nos perus e espumantes de quinta_, completa a outra.
_Vamos ver se dessa vez ele desfaz a má impressão do ano passado..._, diz o pessimista na primeira mesa.
_Tenho certeza de que tudo dará certo, será como se estivéssemos em New York City, mas sem a neve, claro_, arremata o otimista.
Adeus, novembro. Descanse, meu velho, e vê se volta mais solar e bem-humorado em 2009.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

souvenir

Miçanga que caiu do corpete da puta
Chiclete colocado à roupa
Pedra britada que moto espirrou na calçada
Duas balas de banana no bolso amanhecidas
Três tampinhas de cerveja na mochila esquecidas
Pó de paçoca
Clips
Paulo José, assessor
Sinara Silva, diretora
Visa Crédito, segunda via
Uma moeda de cinco centavos
Cachimbo de fumar crack na esquina da Conselheiro Nébias com Barão de Limeira
Homem aparentando 40 anos, cabelo penteado, três por quatro, na São João com a Aurora
Pede a Deus e serás recompensado, mas teme seus desígnios e respeita tuas manifestações
Dá licença, moço, tô vendendo estes deliciosos produtos, pode pegar, sem compromisso, é para ajudar no tratamento da minha irmã com câncer
Dentista 24 horas
Leio o futuro
Compro ouro
Aninha, morena safada
Merda na sola do sapato
Merda de pombo na cabeça
A felicidade a seu alcance
Troque nos postos autorizados
Financiamos em até seis vezes
Não perca
Não vacile
Não se atrase
Não pense duas vezes

Pequenas lembrancinhas
no escombro da civilização

chora chuva

Ah, Santa Catarina
Pare de imitar
Olhos de Katrina

terça-feira, 25 de novembro de 2008

os amigos não morrem jamais

OS FEIOS NÃO MORREM JAMAIS

Morreu o “cão mais feio do mundo”, dizem as páginas e as folhas, referendando um estranho concurso da Califórnia. A criatura possuía três pernas e era cego de um olho, apega-se o noticiário para justificar o mal-assombrado epíteto.
Seu batismo era Gus.
Segundo a suposta dona, Jeanenne Teed, ele tinha tumor de pele, doença que o levou a perder uma das pernas. O prêmio de US$ 16 mil conquistado no concurso seria usado para o tratamento de saúde do animal, informam todas as agências. O olho foi ferido durante uma briga com um gato.
Não sei se ando frágil, cuidado vidros e cristales, mas deu dó, senhor piedade, desta pobre alma que se vai. Não sei se é p q a minha gata Déli (de Delicia, diliçi, apelido by Maria/Jojô Gatis) caiu domingo da janela –depois de um dia de silêncio está lindamente carente como sempre e sonha com peixes-patês nos oceaninhos dos seus ojos azules.
Viejo Gus, este mal-diagramado que vos escreve recomenda um verso do Fernando Catatau, à guisa de oração e subida ao paraíso dos cães: “um defeito de Deus é sempre perfeito”.Sim, hay banda, titio Lynch, e o nome de umas das melhores do momento atende pelo batismo de Cidadão Instigado, sob o comando do citado moço.
Corta de Catatau para um dos seus. Sérge Gainsbourg, por supuesto: “A beleza é passageira, a feiúra é para sempre”.
Ninguém acaba com as baratas, e, como diz o jazz interior do meu amigo Bombig, Thelonious continua tocando Solitude.
Lloro un poco (que o Word teima em corrigir para um poço) por ti, viejo Gus, que minha lágrima seja pelo menos uma pulga.

(Xico Sá no Carapuceiro)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

dias de bird em LA-retrospectiva 2008

Ano de frio
A vida
Por um fio

Ano de merda
A vida
Uma incerta

Ano de bosta
A vida
Na reta oposta

Ano opaco
A vida
Um grande saco

Ano triste
A vida
Dedo em riste

Ano bobo
A vida
Um ovo oco

Ano escroto
A vida
Um arroto

Ano fraco
A vida
Um traço

Ano magro
A vida
Um trago

Ano escuro
A vida
Futuro?

Ano ausente
A vida
Só presente?

Ano lascado
A vida
Só passado?

Vida
Ida sem vinda
Lida sem lide

Ano perdido
Ano vivido

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

dias de parker em los angeles



Perfurada a prosa
O verso exposto

A poesia põe
Os dedos no osso

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

saúde pública

Baratas, muitas
E o Thelonious tocando
It Don´t Mean a Thing

Há mais baratas nas ruas
E o Thelonious tocando
Sophisticated Lady

Cresceu o número de baratas
E o Thelonious tocando
The Man I Love

Ninguém acaba com as baratas
E o Thelonious tocando
Solitude

As baratas vão dominar tudo
E o Thelonious tocando
Ruby My Dear

Baratas devorando bebês
E o Thelonious tocando
Blue Monk

Baratas gostam de bananas
E o Thelonious tocando
Round Midnight

Baratas na prefeitura
E o Thelonious tocando
Mood Indigo

Baratas na sacristia
E o Thelonious tocando
Caravan

Baratas no cofre do banco
E o Theelonious tocando
Epistrophy

Baratas no cereal matinal
E o Thelonious tocando
Misterioso

Baratas nas melhores famílias
E o Thelonious tocando
Trinkle Trinkle

Baratas no véu da noiva
E o Thelonious tocando
Criss Cross

Baratas na comida dos presos
E o Thelonious tocando
Brillant Corners

Baratas nas minhas pernas
E o Thelonious tocando
Well You Needn´t

Baratas dançando no Waldorf
Tomando dry martinis
Escrevendo para jornais
Fumando Cohibas
Guiando carros
Redigindo artigos
Controlando aviões
Gravando discos
Vencendo eleições
Pedindo dinheiro
Comendo ratos
Tocando jazz
Invandindo casas
Maculando sonhos
Revirando lixos
Auscutando peitos
Grampeando fones
Lambendo lágrimas
Mascando fios
Procriando
Baratas

E o Thelonious tocando
Evidence

joão e josé

O nome do sujeito era João, isso já tinha ouvido. Forte, alto, branco, de cabelos muito escuros. Estava encostado no mesmo balcão em que eu tomava uma cerveja. Copo cheio de gim nacional, ele conversava com dois caras. Sorriso fixo nos lábios, a dupla tinha uma mistura de medo e respeito pelo grandão.
Outra coisa que eu também sabia: o cara era cana, da Civil. Ninguém é capaz de contar uma história como aquela se não for bandido ou polícia, nem os escritores metidos a besta, nem os repórteres metidos a investigadores. Bandido ele não era. Fora isso, até um otário como eu percebia o volume na cintura do cabra, debaixo da camiseta vermelha, onde estava escrito em amarelo "Recife é sol".
Uma mulher loira, pequena, de pernas grossas, ocupava um banquinho em frente ao lugar onde o João, em pé, gesticulava pra caralho. Não dava pra ver se a dona era mesmo gostosa, só que a bunda dela sobrava em todos os lados do tamborete. Se não fosse, tinha sido um dia.
Eu olhava de vez em quando o grupo, mas ouvia tudo, quietinho, com ar desinteressado. Por isso, descobri que naquela noite ele tinha licença para beber, sem culpas ou desculpas.
_ Hoje a patroa liberou, não é meu amor? Tô com uns problemas sérios, ela sabe, no trampo. Disse que eu não tinha nada pra fazer, só encher a cara, é o que tô fazendo_, berrava o João de meia em meia hora.
Até o gim começar a derrubar o grandão, como se fosse um daqueles pesos-penas que batem, batem, batem, devagar, mas sem parar; quando o adversário vê, ou melhor, não vê, tá na lona.
Nessa altura, os dois caras que só riam e balançavam a cabeça foram substituídos por um outro grandão, que ocupou um banquinho ao lado da mulher. A bunda dele também sobrou dos lados, mas a barriga parecia uma chapa.
Não consegui ouvir o nome do cara, mas, pelo jeito, era amigo do casal. Os dois grandões, primeiro, trocaram sopapos como se fossem beijos. Depois, gargalharam alto e falaram sobre luta vale-tudo na televisão, treinamento de cachorro e jogo de futebol.
A mulher perguntou para o recém-chegado se ele queria beber alguma coisa. Um suco de laranja foi providenciado, no que o João começou a rir e a dar tapas nas costas do amigo.
Foi quando, talvez decepcionado com o que chamou de coisa de mulherzinha, o João me encarou e veio até mim. Do nada, como se nos trombássemos há anos, ele desandou a falar.
Contou, como se fosse novidade, que estava bebendo com a autorização da patroa. Berrou um bom tempo coisas que não me interessavam. O que eu achava legal já tinha ouvido sem ter sido convidado.
Vez ou outra, discretamente, eu olhava a mulher do cara, sem beber álcool, de conversa e risos com o outro grandão. A dona parecia que tinha levado o marido ali para que ele espiasse, ou bebesse, toda sua mágoa. Uma alma caridosa.
O papo dela com o outro, no entanto, estava vários tons abaixo (ou acima) do nível do bar. Mas deu para perceber um negócio sobre um filme, uma exposição de animais domésticos e uma festa no último final de semana.
O João, que estava de costas para os dois, notou que eu os olhava com atenção e virou-se. Puxou o outro para seu lado com uma chave-de-braço, coisa de cana, e nos apresentou:
_ Este aqui é meu irmãozinho, gosto demais dele, já quebramos mais de quatro de uma só vez. Qual é mesmo a sua graça?
_ José, muito prazer, respondi.
O grandão amigo do João apertou minha mão, contou uma piada, mudou de assunto e, quando a gente percebeu, ele estava de novo do lado da mulher. Agora conversavam sobre uma novela da televisão, deu para ouvir.
O cana emendou uma história violenta e foi até o chegado. Começou a abraçá-lo com força. O abraço transformou-se em uma gravata, que virou uma chave-de-braços, que virou um tapa na cara. Coisa de amigo macho.
Aí, foi de uma hora para outra. O tira sacou a 45 e deu três tiros à queima roupa no tal grandão que era como um irmão para ele. No chão, esticado, o morto parecia ainda maior. Ocupou todo o espaço entre o balcão e a porta do bar. O sangue que escorreu contornou o mapa do Estado de São Paulo que as lajotas pretas desenhavam na calçada branca.
Depois, o João pegou um celular e chamou os canas amigos dele. Ficou sentado no banquinho, com cara de choro, típica dos bêbados, consolado pela mulher. Na certa, ia alegar crime passional, legítima defesa, defesa da honra, essas porras todas.
Terminei a cerveja e fui embora antes que os tiras chegassem. Eu sempre soube que brincadeira de mão acaba em merda.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

empirismo

A primeira constatação: eles são todos, todos, muito magros.

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Decido caminhar um pouco, ver e ser visto, são as regras, escreveu alguém que deve estar aqui, vendo e sendo visto. Antes, uma taça deste belíssimo espumante que vai me dar uma queimação filha-da-puta no estômago, mas é imperdoável circular de mãos vazias pelos maviosos salões deste prédio.

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Uma moça. É cantora, eu a reconheço, apareceu dia desses na televisão, no especial sobre a nova geração que reinterpreta clássicos do samba e da MPB. Minha mãe sempre diz ter lido em uma revista que a televisão engorda as pessoas.

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A primeira dúvida: a nova geração não consegue fazer nada novo?

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Os cabelos da cantora estão presos em um coque que deixa ver a borboleta pousada para sempre na sua nuca ossuda. Ao lado dela está o guitarrista, também da nova geração. Ele veste uma camisa de time de futebol, tamanho infanto-juvenil, e um calçado de jogar futebol. Duvido que goste de futebol.

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A segunda constatação: eu torço para um time diferente do dele.

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Os canapés estão ótimos, esta poderia ser a terceira constatação, mas é uma frase que o artista plástico encaminha ao dono da festa. Eu tomo nota, mesmo sabendo que não há nada de poético ou inédito nela, mas, assim, chapada ela diz muito sobre a noite: os canapés estão ótimos. Significa: os canapés estão ótimos.

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Decido recarregar a taça de espumante. Começo a sentir a queimação, mas devo estar auto-sugestionado. Pego envergonhado um canapé de ovas de peixe sobre salmão defumado. Mediano. Um conceito médio, assim como impressões e gostos, nunca pode passar por uma constatação. Fiz bem em não ter tomado nota, constato.

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O maestro é o mais contido entre todos os presentes, em todos os aspectos. Usa um paletó preto sobre a camisa branca e o jeans desbotado. Sua calva reflete o enorme lustre do mavioso salão. Seus sapatos de couro _marrons para não desrespeitar as etiquetas_ rangem e estalam sobre o mármore. Eu o sigo até o banheiro.

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Uma dúvida: estou sendo visto?

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Se eu fosse um desses babacas, pensaria algo na linha é possível morar umas três famílias só neste banheiro. Mas eu não sou, não desses. Então, fico tentando ouvir o que o maestro precocemente calvo e rigorosamente vestido fala no telefone celular.

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De volta ao salão, luzes se acendem. Entra o ator de teatro, cinema e televisão. Só os jornalistas, colunistas e amigos vão até ele. Os demais fingem indiferença. Eu finjo que tenho que passar ao lado dele, como se aquele fosse o único caminho possível para chegar até onde está o escritor.

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O ator tem belos cabelos, mas eles não estão em um coque. Usa blazer jeans sobre camisa preta fora da calça cinza. Nos pés, um tênis de jogar futebol. Eu não duvido que ele jogue porque, apesar de magricela, claro, ele tem as pernas fortes e um jeito de quem privilegia os raciocínios do corpo sobre os da mente.

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O ator ganha um bom dinheiro fazendo novelas, mas ouço ele dizer viva Beckett. Dúvidas: seria Becker? Ou: se eu não fosse ator, daria um bom beque?

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Uísque é o que toma o diretor de cinema _barba por fazer, jaquetão, pele bronzeada, cabelos desgrenhados e mãos grandes_ enquanto conversa com o documentarista _cabelos bem aparados, pálido_, que toma água e limpa os óculos na camiseta de algodão. O diálogo enche de admiração e esperança os olhos da atriz enquanto ela esvazia mais uma taça de espumante, as escápulas como asas fora do vestido, as saboneteiras onde morariam três famílias.

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Terceira constatação: o escritor não está onde eu achei que estivesse.

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Agora o ator está sendo abordado por dois rapazes que dirigem a ele perguntas de duplo, talvez quádruplo sentido. Ele tenta ser mais esperto do que a dupla.

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Outra dúvida: seria a competição para saber quem é mais imbecil?

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Avisto o jovem editor, que conversa com a moça que apresenta um programa sobre artes, literatura e espetáculos no canal pago que mostra especiais com a nova geração interpretando os clássicos do passado ao som dos ruídos distorcidos produzidos pelo guitarrista magro que não gosta de futebol.

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Tenho a impressão de que o editor me reconhece mesmo sem me conhecer. Seu olhar soa como eu manjo os da sua laia, quem será que te convidou?

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Encontro novamente o maestro. Ele me olha com cumplicidade.

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Quarta constatação: estou sendo visto.

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Ouço parte da conversa do jovem editor com a apresentadora do canal jovem. Eles falam sobre vinhos e pratos.

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Quinta constatação: a TV engorda as pessoas.

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Nova dúvida: se todos parecem gostar tanto dos prazeres da boa mesa e gastam seu tempo em exercícios intelectuais e de criação artística, como conseguem ser tão magros?

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Não consigo encontrar a porra do escritor, e os garçons já começam a recolher os canapés sob os olhares indiferentes de tanta gente magra. Vou atrás do editor, mas percebo que ele já se retira junto com a apresentadora.

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Sexta constatação: meu estômago está queimando.

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Finalmente avisto o homenageado sentado em um sofá acompanhado da escritora e dos jovens e magros escritores da nova geração. Tomo posição e saco o bloco do bolso: calça e sapatos pretos, sem blazer, camisa azul dobrada nas mangas.

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Fico esperando o velhinho se levantar: magro, escrevo.

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Me aproximo do anfitrião, que é dono do banco no qual eu tenho uma dívida que não caberia nas saboneteiras da atriz, e digo: os canapés estavam ótimos!

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Ganho a rua.

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Sétima e última constatação: eu preciso emagrecer.

domingo, 2 de novembro de 2008

nova ortografia

Futebolês luso funde cabeça de brasileiros

FÁBIO VICTOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
enviados da Folha de S.Paulo a Lisboa

"Domina o esférico Emerson. O trinco brasileiro, vestindo neste particular a camisola de sua equipa pela 44ª vez, passa ao avançado-centro Ronaldo, de volta aos relvados após lesão e sedento de golos. Prepara Ronaldo, ele vê Rivaldo fora de jogo e decide pontapear, com sua bota dourada, em direção à baliza portuguesa... Espalma o guarda-redes, e é canto para o Brasil. Pateadas explodem na bancada do Alvalade."

Ininteligível para um brasileiro, até o mais fanático por futebol, o tipo de narração acima é o que se ouve nas rádios portuguesas em dias de jogo.

Já bem grande na comunicação cotidiana, o oceano que separa os dois países parece crescer ainda mais quando o assunto é futebol _entrevistas de jogadores brasileiros em jornais ou emissoras de TV portuguesas precisam até de "tradução".

Mas o espanto dos "brasucas" com as variações da língua-mãe transcende os relvados. Após dar um autógrafo anteontem numa academia lisboeta, Ronaldo ficou cabreiro com a reação do fã.

"Obrigado. Meu puto vai ficar muito contente", agradeceu o torcedor. A ficha do atacante só caiu instantes depois, quando lhe explicaram que, em Portugal, "puto" é garoto.

Glossário:

Golo - gol
camisola - camisa
relvado - gramado
esférico - bola
pontapé de baliza - cobrança de tiro de meta
livre - falta
pontapear - chutar
trinco - volante, cabeça-de-área
guarda-redes - goleiro
avançado-centro - centroavante
equipamento - uniforme
bota - chuteira
pitões - travas de chuteira
particular ou amigável - jogo amistoso
massa associativa ou falange de apoio - torcida
bancada - arquibancada
vedação - alambrado
assobio ou pateada - vaia

(publicado na Folha de S. Paulo em abril de 2002)