sinto falta de sair da redação de madrugada e respirar a brisa fresca e úmida da minha infância da alta mogiana, dos rios pardo e sapucaí.
sinto falta das casas tão simples da vila tibério, das calçadas de cimento sempre muito limpas, das árvores baixas e dos portões abertos.
sinto falta de uma luz forte, de um céu que era sempre azul, mas que ao cair da tarde derramava um tom amarelado sobre a cidade.
sinto falta de olhar pela janela e ver a vida a passar em câmera lenta, a caixa d´agua de uma escola pública onde as crianças formavam fila antes de entrar nas classes e havia pipoca e quebra-queixo na porta.
sinto falta de um calor que empapava a camisa, molhava a fronte e escorria até a boca com um gosto salgado de eterno verão.
sinto falta até da angústia aos domingos, o jornal à beira da piscina, o telefonema da mãe, a praça lotada e o almoço na churrascaria.
sinto falta dos jogos da segunda divisão, do rádio ligado, da barriga pro ar e de uma nuvem que deslizava suavemente pela janela.
quarta-feira, 26 de março de 2008
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2 comentários:
sinto falta de sair de carro na madrugada, sem rumo, só para conversar com a brisa batebdo na cara e a cidade passando quieta pela janela
Obrigado pela visita!
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