Os psicóticos olhos do tempo
O tempo funga em minha nuca.
derrama sua baba horrenda em minhas costas
e esfola meu calcanhar com simplicidade.
Encurralado num corredor apertado,
resta-me apenas engolir a saliva com raiva
e rogar a maior de todas as pragas em brasa.
Currado como detento recente,
deformo-me na humilhação da posição fetal
e aprisiono o soluço no ranger dos dentes.
O tempo não olha o estrago que faz,
seus olhos psicóticos estão sempre fechados
imaginando luz onde existe putrefação no vácuo.
O tempo me quebra inteiro
e grita que sou mais um dependente
que o destino do meu sangue
é fazer parte da terra.
Marcos Losnak
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
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