sábado, 20 de setembro de 2008

blade runner waltz



Em mil novecentos e oitenta e sempre,
ah, que tempos aqueles,
dançamos ao luar, ao som da valsa
A Perfeição do Amor Através da Dor e da Renúncia,
nome, confesso, um pouco longo,
mas os tempos, aquele tempo,
ah, não se faz mais tempo
como antigamente.
Aquilo sim é que eram horas,
dias enormes, semanas anos, minutos milênios,
e toda aquela fortuna em tempo
a gente gastava em bobagens,
amar, sonhar, dançar ao som da valsa,
aquelas falsas valsas de tão imenso nome lento
que a gente dançava em um algum setembro
daqueles mil novecentos e oitenta e sempre.

Paulo Leminski

ps:
é setembro;
véspera da metade da régua;
que eu já gastei
amando,
sonhando,
dançando valsas;
e hoje sentindo
saudades daqueles
mil novencentos
e oitenta
e sempre.

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