terça-feira, 25 de novembro de 2008

os amigos não morrem jamais

OS FEIOS NÃO MORREM JAMAIS

Morreu o “cão mais feio do mundo”, dizem as páginas e as folhas, referendando um estranho concurso da Califórnia. A criatura possuía três pernas e era cego de um olho, apega-se o noticiário para justificar o mal-assombrado epíteto.
Seu batismo era Gus.
Segundo a suposta dona, Jeanenne Teed, ele tinha tumor de pele, doença que o levou a perder uma das pernas. O prêmio de US$ 16 mil conquistado no concurso seria usado para o tratamento de saúde do animal, informam todas as agências. O olho foi ferido durante uma briga com um gato.
Não sei se ando frágil, cuidado vidros e cristales, mas deu dó, senhor piedade, desta pobre alma que se vai. Não sei se é p q a minha gata Déli (de Delicia, diliçi, apelido by Maria/Jojô Gatis) caiu domingo da janela –depois de um dia de silêncio está lindamente carente como sempre e sonha com peixes-patês nos oceaninhos dos seus ojos azules.
Viejo Gus, este mal-diagramado que vos escreve recomenda um verso do Fernando Catatau, à guisa de oração e subida ao paraíso dos cães: “um defeito de Deus é sempre perfeito”.Sim, hay banda, titio Lynch, e o nome de umas das melhores do momento atende pelo batismo de Cidadão Instigado, sob o comando do citado moço.
Corta de Catatau para um dos seus. Sérge Gainsbourg, por supuesto: “A beleza é passageira, a feiúra é para sempre”.
Ninguém acaba com as baratas, e, como diz o jazz interior do meu amigo Bombig, Thelonious continua tocando Solitude.
Lloro un poco (que o Word teima em corrigir para um poço) por ti, viejo Gus, que minha lágrima seja pelo menos uma pulga.

(Xico Sá no Carapuceiro)

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